RELAÇÃO CRIANÇA E MEIO AMBIENTE: AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA ANÁLISE DO DESENHO INFANTIL

Chayanne Alessandra Telles, Guilherme Leonardo Freitas Silva

Resumo


Estudos anteriores demonstram que os elementos presentes em atividades gráficas, como no desenho, podem indicar conhecimentos, valores, dificuldades e interesses, além de possibilitar analisar a capacidade de raciocínio do ser humano. Este trabalho apresenta uma análise de como as crianças percebem e interpretam o meio ambiente, utilizando como ferramenta para a coleta de dados o desenho infantil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de uma amostra de 55 crianças com idades que variavam de07 a10 anos e que estavam cursando o ensino infantil I e II de duas escolas públicas, sendo uma do interior do Estado da Bahia e outra do interior do Estado de Pernambuco. Através dos elementos encontrados nos desenhos, concluiu-se que a maior parte das crianças possui uma visão naturalista do que é o meio ambiente, não considerando o homem e si próprias como parte integrante do mesmo. Assim, considerando os resultados encontrados destaca-se a importância da inserção da Educação Ambiental nos processos educativos, em especial na Educação Infantil, fase em que o ser humano encontra-se em processo inicial de formação de seus valores e de uma consciência crítica. Deste modo, a educação estará voltada à formação de uma consciência ecológica e de responsabilidade socioambiental, com cidadãos sensíveis e conscientes do meio ambiente, não apenas que os cerca, mas certamente, do qual fazem parte.


Palavras-chave


Educação Ambiental, Criança, Meio Ambiente, Percepção Ambiental, Desenho infantil.

Texto completo:

PDF

Referências


BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.

BÉRDAD, N. Como interpretar os desenhos das crianças. São Paulo: Isis, 1998.

BEZERRA, E. A. Porque trabalhar o lúdico na educação infantil. 2007. Disponível em . Acesso em 25/06/2010.

BOFF, L. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. 6ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

BONTEMPO, G. C. Educação Ambiental Infantil. Viçosa, MG: Ed. CPP, 2006.

BRASIL. Constituição Federal, Consolidação das Leis do Trabalho, Legislação Trabalhista e Previdenciária. Org. Nelson Mannrich. 5.ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

CORNELL, J. A Alegria de Aprender com a Natureza, São Paulo: Senac, 1995.

DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. (org.). Percepção Ambiental: a experiência brasileira. São Carlos: EdUfscar, 1996.

DEMO, P. Avaliação qualitativa. São Paulo: Cortez, 1991.

DEPRESBITERIS, L. Educação Ambiental: algumas considerações sobre interdisciplinaridade e transversalidade. In: NOAL, F.O.; REIGOTA, M; BARCELOS, V.H.L. (org.) Tendências da Educação Ambiental brasileira. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 6° ed. São Paulo: Gaia, 1992.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 8° ed. São Paulo: Gaia, 2003.

ELALI, G. A. O ambiente da escola - o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola-natureza em educação infantil. 2003. Disponível em: . Acesso em: 16/06/2010.

FERREIRA, B. W. Análise de Conteúdo, 2003. Disponível em . Acesso em 10/06/2010.

FERREIRA, S. Imaginação e Linguagem no Desenho da Criança. Campinas: Papirus, 1998.

FERREIRA, S. & SILVA, S.M.C. “Faz o chão pra ela não ficar voando”: o desenho na sala de aula”, In S. Ferreira (org). O ensino das Artes: construindo caminhos . 3ª Ed. Porto Alegre: Papirus, 2001.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

GOLDBERG, L.G.; YUNES, M.A.M.& FREITAS, J.V. O desenho infantil na ótica da ecologia do desenvolvimento humano. Psicologia em Estudo, Maringá. 10 (1), 97-106, 2005.

MACHADO, L. M. C. P. Paisagem valorizada: a Serra do Mar como espaço e como lugar. In: DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. (Org.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Paulo: Studio Nobel, 1996.

MARIN, M.; OLIVEIRA, H. T. & COMAR, V. A Educação ambiental num contexto de complexidade do campo teórico da percepção. Interciência, Caracas, v. 28, n. 10, p. 616-619, 2003.

MEC. Plano Nacional de Educação - PNE. Brasília: Inep, 2001. Disponível em: . Acesso em: 13/06/2006.

MELO N. J. F. Pesquisa-ação: aspectos práticos da pesquisa-ação nos movimentos sociais populares e em extensão popular. In: Roberto Jarry Richardson. (org.). Pesquisa-ação: princípios e métodos. 1 ed. João Pessoa - PB: Editora da Universidade Federal da Paraíba, 2003.

MÈREDIEU, F. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 2006.

MINAYO, M. C. S. Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo - Rio de Janeiro: Hucitec - Abrasco, 1992.

NEAL, P.; PALMER, J. Environmental education in the primary school. Oxford: Blackwell Education, 1990.

PIAGET, J. & INHELDER, B. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Difel, 2003.

PRADO, F. G. C. Ecopedagogia e cidadania planetária. Editora Cortez. São Paulo, 1999.

ProNEA. Programa Nacional de Educação Ambiental. 3.ed. Brasília, 2005.

SCHWARZ, M. L.; SEVEGNANI, L.; ANDRÉ, P. Representações da mata atlântica e de sua biodiversidade por meio dos desenhos infantis. Ciência & Educação, Bauru, v. 13, n. 3, p. 369-388, 2007.

SAMPAIO, R. M. W. Freinet: Evolução histórica e atualidades. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2002.

TUAN, Y. F. Topofilia. Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

VYGOTSKY, L.S. La imaginación y el arte en la infancia. México: Fontamara, 1997.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Revista TechnoEng - ISSN 2178-3586