PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS
Resumo
Muitas das plantas conhecidas como daninhas ou ervas espontâneas possuem um grande valor ecológico e econômico, sendo na sua grande maioria plantas alimentícias não convencionais (PANC’s). Apesar da qualidade nutricional dessas espécies a falta de conhecimento, bem como, estudos provenientes de instituições acadêmicas, órgãos e ministérios da saúde e da agricultura, além do incentivo governamental inviabilizaram um maior consumo e abrangência na culinária das PANCs. Malvaviscus arboreus e Ipomoea purpurea são PANC’s herbáceas que apresentam rusticidade e qualidade nutricional. Ambas as plantas podem ser propagadas por sementes, todavia o cultivo por estaquia tornou-se mais comum e rápido para essas espécies. Desse modo, é imprescindível o incentivo e estudos de plantas alimentícias não convencionais, devido seu alto valor nutricional e garantia de biodiversidade. Trata-se de uma nova ramificação da produção agronômica, abrindo portas para a inclusão dessas plantas na alimentação e na produção brasileira. O objetivo desse experimento foi avaliar a propagação vegetativa de M. arboreus e I. purpurea. Para isso, foi realizado experimento com estacas semi-lenhosas que foram submetidas a tratamentos com ácido indolbutírico (IBA), com concentrações de 1500 mg L-1 e 3000 mg L-1. O plantio foi realizado em vasos de polietileno com capacidade de 2L preenchidos com vermiculita de granulometria media, permanecendo por 4 meses em local aberto, com irrigação manual. Os resultados demonstraram que para M. arboreus o uso de IBA, na concentração de 3000 mg L-1 promoveu maior enraizamento. Já para I. purpurea não há necessidade de cultivo com IBA. O uso de PANC’s no Brasil ainda é pouco difundido, porém existem movimentos em busca dessa difusão, principalmente pela qualidade nutricional e facilidade de cultivo de tais plantas. Dessa maneira, a pesquisa com PANC’s é de extrema importância nas instituições de ensino.
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PDFReferências
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