O MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO REAGIU MAIS AOS EVENTOS POLÍTICOS NACIONAIS OU AOS RELATÓRIOS DO IMPERIAL COLLEGE LONDON? O IMPACTO DA COVID-19 SOBRE A BOLSA DE VALORES BRASILEIRA.

Resumo

As publicações científicas sobre a Covid-19, realizadas pelo Imperial College London, certamente exerceram influência determinante na forma como os governos mundiais implementaram suas políticas públicas de enfrentamento à pandemia. Dada a condição de inexistência de dados sobre a doença, os respectivos relatórios apresentaram-se como balizadores de tomadas de decisão, tanto na esfera pública quanto na privada. Mediante o cenário de insegurança, a bolsa de valores brasileira acionou o mecanismo de circuit breaker, por pelo menos 6 vezes até a metade do mês de março. Porém, não foi somente o relatório do Imperial College London ou a incerteza do desenvolvimento do coronavirus que impactaram no mercado de capitais. A condução da política doméstica brasileira, com a saída de dois ministros de Estado, em plena pandemia, num curto lapso de tempo, também determinou as oscilações dos ativos negociados. Por meio da técnica do estudo de eventos, busca-se averiguar se o aspecto político exerceu maior influência no comportamento dos preços das ações ou se os relatórios do Imperial College London pressionaram três dos principais papéis da B3(Petr3, Itub4 e Abev3). O objetivo geral é verificar o quanto choques exógenos causados pela pesquisa científica, num contexto de pandemia, pode influenciar o comportamento dos preços dos ativos em comparação aos eventos políticos e se existe uma correlação entre ambos.