TEOR DE PROTEÍNA EM SEMENTES DE CEVADA DURANTE O ARMAZENAMENTO

Larissa Andrena Bini, ARIADNE WAURECK, Daiane Penteado

Resumo


TEOR DE PROTEÍNA EM SEMENTES DE CEVADA DURANTE O ARMAZENAMENTO

 

 

LARISSA ANDRENA BINI¹;

ARIADNE WAURECK²;

DAIANE PENTEADO³.

 

 

¹ Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – LARISSA ANDRENA BINI¹;

² Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais –

ARIADNE WAURECK ²;

³ Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – 

DAIANE PENTEADO ³.

 

 

RESUMO: As condições adequadas de armazenamento são fundamentais para manutenção da qualidade, caso contrário, os esforços anteriores para o desenvolvimento do material genético e as técnicas para a produção das sementes não serão validos. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o teor de proteína em sementes de cevada (Hordeum vulgare L.), durante o armazenamento. Utilizando sementes de quatro lotes de cultivar BRS Cauê. Cada lote foi oriundo de um campo de produção de sementes de Ponta Grossa-Paraná.O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial com quatro tratamentos e duas épocas de armazenamento com quatro repetições.Os resultados obtidos mostram que houve diferença estatística para as épocas de armazenamento, demonstrando grande redução no teor de proteína das sementes de cevada.

 

PALAVRAS-CHAVE: Hordeum vulgare. Produção. Qualidade.

 

ABSTRACT: Adequate storage conditions are essential for maintaining quality, otherwise, previous efforts to develop genetic material and techniques for seed production will not be valid. Therefore, the objective of this work was to evaluate the protein content in barley seeds (Hordeum vulgare L.), during storage. Using seeds from four batches of BRS Cauê cultivar. Each lot came from a seed production field in Ponta Grossa-Paraná. The design used was completely randomized in a factorial scheme with four treatments and two storage times with four repetitions. The results obtained show that there was a statistical difference for the periods of demonstrating a great reduction in the protein content of barley seeds.

 

KEY-WORDS: Hordeum vulgare. Production. Quality.

 

INTRODUÇÃO

A cevada é ainda empregada em alimentação animal como forragem verde e na fabricação de ração. No Brasil, a malteação é o principal uso econômico da cevada, já que o país produz apenas 30% da demanda da indústria cervejeira. A produção para outros fins nunca se consolidou devido a falta de competitividade em relação a outros grãos, principalmente o milho.

A qualidade de grãos de cevada para a produção de malte acaba sendo prejudicada quando o teor de proteínas no grão ultrapassa 12%. Valores acima deste teor diminuem o rendimento e a qualidade de malte cervejeiro. O excesso de proteínas no grão resulta em menor teor de amido e de carboidratos fermentescíveis. A menor quantidade de carboidratos aumenta o tempo de maltagem para que ocorram as modificações necessárias neste processo.

O armazenamento tem por objetivo conservar as sementes, preservando suas características físicas, fisiológicas e sanitárias. Assim também deve acontecer com armazenamento de proteína. Um dos problemas do armazenamento das sementes em temperaturas e umidades inadequadas, é que essas podem sofrer degradação de proteínas, carboidratos e lipídeos. Uma das principais funções das proteínas nas sementes é prover o nitrogênio para o embrião, durante a germinação e para a plântula, em seu estágio inicial de desenvolvimento (NEDEL, 2003). Segundo Abdul-Baki (1980), um dos primeiros eventos bioquímicos verificados quando as sementes são expostas a condições desfavoráveis do ambiente é o dano à síntese de proteínas durante o início da germinação.

As proteínas, formadas por uma cadeia de aminoácidos, são moléculas essenciais para manter a estrutura e o funcionamento de todos os organismos vivos, sendo as moléculas mais abundantes e importantes nas células, principalmente para a cevada (MAHAM et al. 2002). Segundo Yalçn et al. (2007), os teores de proteína nas sementes de cevada oscilam entre 10 % e 16 %, e os fatores genéticos e ambientais podem influenciar na variação.

Algumas pesquisas têm resultados relacionados à variação do teor de proteína em sementes devido ao tempo de armazenamento. Oliveira et al. (2012) verificaram que o armazenamento por 60 dias resultou na redução no teor de proteína em sementes de soja. Porém, Delafronte et al. (2013) obtiveram resultados contrários no armazenamento de sementes de soja por 12 meses, com aumento no teor de proteínas. Já Sawazaki et al. (1985) obtiveram que as porcentagens de proteína em feijão não sofreram alterações sensíveis após onze meses de armazenamento.

Bortolotto et al. (2008), trabalhando com sementes de arroz, concluíram que os resultados do teor de proteína das sementes relacionaram-se à avaliação do parâmetro fisiológico, porque as proteínas catalisam reações químicas ou servem para formar novos tecidos nos pontos de crescimento do embrião (Marcos Filho, 2015). Esse fato está relacionado à eficiência do metabolismo, à velocidade de formação e ao vigor das plântulas. Segundo Carvalho e Nakagawa (2000) quanto maior o teor de reservas das sementes, maior será o vigor das plântulas resultantes.

Porém, para as sementes de cevada, essas informações ainda são escassas, principalmente no que diz respeito à relação entre o tamanho das sementes, teor de proteína e qualidade.

 

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida com quatro lotes de sementes de cevada (Hordeum vulgare L.), cultivar BRS Cauê, da safra 2013. Cada lote foi oriundo de um campo de produção de sementes de Ponta Grossa-Paraná.

As amostras de sementes foram coletadas com auxílio do amostrador do tipo duplo na recepção da unidade de beneficiamento de sementes. Após a coleta, as sementes foram armazenadas em sacos de papel em condições de ambiente natural (de 15-25ºC e aproximadamente 50% de umidade relativa) pelo período de até 9 meses.

Para a determinação do ter de proteína as sementes foram moídas em moinho tipo Willey®, 20 gramas de amostra de forma integral, para obter o tamanho de partículas apropriado, armazenadas em sacos a temperatura ambiente até proceder à análise. O teor de proteína foi obtido pelo método Kjeldahl utilizando o fator de correção de 6,25, com três repetições, realizada de acordo com a técnica descrita pela AOAC (1995).

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial com quatro tratamentos (lotes de sementes) e duas épocas de armazenamento com quatro repetições.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação dos fatores lote x armazenamento e não houve diferença estatística entre os lotes.

Mas houve diferença estatística para as épocas de armazenamento como mostra a figura abaixo:

 

 

Figura 1. Teor de proteína de sementes de cevada, cultivar BRS Cauê armazenadas por 2 e 9 meses. Ponta Grossa – PR, 2013.

 

Nesta figura acima é possível observar como o período de armazenamento reduziu o teor de proteína dos grãos de cevada. Onde na primeira época de armazenamento (2 meses) o teor de proteína ficou entre 10 e pouco mais de 14%. Em comparação, a segunda época avaliada, os teores ficaram entre 2 e 9%, valores estatisticamente inferiores aos obtidos na primeira época de armazenamento avaliada.

No lote 1, o teor de proteína regrediu de 14% (em 2 meses) para 2%, regredindo 12% em um período de apenas 7 meses. Assim como o lote 2, o qual estava com grãos em torno de 12,00% de teor de proteína na primeira época, já na época 2, mostrou regressão para 3,00% do teor de proteína destes grãos.  O terceiro lote que apresentava teor próximo a 14,00% na primeira época, decaiu para 9,00% segunda época (9meses). Semelhante ao ocorrido com o lote 4, que apresentou queda de 10 para 4% em seu teor de proteína no decorrer das duas épocas de armazenamento respectivamente também.

 

 

CONCLUSÃO

O armazenamento de sementes de cevada não obteve resultados satisfatórios em relação há porcentagem de proteína. Demonstrando grande índice de perda de teor de proteína ao decorrer dos meses.  

 

 

REFERÊNCIAS

ABDUL-BAKI, A. A. Biochemical aspects of seed vigor. Hort Science, v. 15, n. 6, 1980.

BORTOLOTTO, R. P. et al. Teor de proteína e qualidade fisiológica de sementes de arroz. Bragantia. Campinas, v. 67, n. 2, p. 513-520, 2008.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA. J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4. ed. Jaboticabal: Funep, 2000.

DELAFRONTE, B. et al. Variação nos teores de óleo e proteína em grãos de soja, com diferentes intensidades de ataque de percevejo, da colheita ao armazenamento, utilizando a espectroscopia no infravermelho próximo (NIR). In: VIII JORNADA ACADEMICA DA

EMBRAPA SOJA, n. 339, 2013. Londrina. Resumo expandido. Londrina: Embrapa Soja, 2013. p. 55 – 59.

MAHAM, L. K. et al. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 10 ed. São Paulo: Roca, 2002.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de Sementes de Plantas Cultivadas. Piracicaba: Fealq, 2015.

NEDEL, J. L. Fundamentos da Qualidade de Sementes. In: PESKE, S. T. et al. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. 1. ed. Pelotas, 2003. cap. 2. p – 94 – 137.

OLIVEIRA, H. F. de. Efeito da irrigação e do armazenamento em algumas características dos grãos de soja. Revista Agrotecnologia, Anápolis, v. 3, n. 2, p. 73-88, 2012.

SAWAZAKI, H. E. et al. Modificações bioquímicas e físicas em grãos de feijão durante o armazenamento. Bragantia, Campinas. V. 44, n.1, p 375 – 390, 1985.

YALÇN, E. et al. Effects of genotype and environmenton b – glucan and dietary fiber contentes of hull – less barley grown ir Turkey. Food Chemestry, Turkey, v. 101, p. 171 – 176, 2007.  

 


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