CONCRETO AUTOCICATRIZANTE – ANALISE DO USO DE ADITIVOS CRISTALIZANTES E MINERAIS PARA A POTENCIALIZAÇÃO DA AUTO REGENERAÇÃO DO CONCRETO.
Resumo
Desde sua descoberta pelos romanos até os dias atuais, o concreto vem sendo largamente utilizado, graças a sua versatilidade, durabilidade e performance. Especificamente no concreto, buscam-se técnicas para a diminuição de sua permeabilidade, uma vez que isso propicia maiores resistências mecânicas e uma maior durabilidade. Para que se reduza a passagem de fluídos pelo concreto, faz-se necessário a possibilidade do uso de aditivos específicos para impermeabilização por cristalização integral, os quais são adicionados ao traço do concreto no momento de sua produção. Esses aditivos consistem de cimento Portland, areia de sílica fina tratada e compostos químicos ativos, os quais reagem com a umidade do concreto fresco e com os produtos da hidratação do cimento, formando uma estrutura cristalina insolúvel nos poros e capilares do concreto (PENETRON, 2010). Nesse trabalho, o objetivo é a análise do uso de aditivos cristalizantes minerais para potencialização da autorregeneração do concreto. Os mecanismos de autorregeneração do concreto podem ser autogênico, quando se utiliza componentes já presentes no concreto, como o cimento não hidratado e as adições pozolânicas (cinzas, sílica, escória). Ou autônomo, quando se é utilizado materiais não convencionais para aumentar sua capacidade autocicatrizante, como silicato de cálcio, agentes expansivos e bactérias. Existem entre os métodos autogênicos químicos não convencionais que possuem maior capacidade de cicatrização, tais como: catalisador cristalino, aditivos expansores a base de sulfoaluminato de cálcio, fibras de PVA, fibra superelásticas de ligas metálicas e de carbono, assim como hidrogéls de polímeros superabsorventes. Há também o método de remediação por bactéria, método autônomo, o qual é menos nocivo ao meio, de custos mais reduzidos e vasto potencial durável. Pode-se optar pela inserção das bactérias envoltas em entorno de proteção, como nos agregados graúdos de argila expandida, saturada à vácuo, primeiramente em solução de lactato de cálcio, sendo na sequência realizada a suspensão de poros bacterianos. A precipitação mineral através das bactérias é um fenômeno em que biominerais são formados através da interação entre produtos metabólicos gerados pelos próprios organismos e seu ambiente de inserção. Deve haver presença de água ou de umidade. Inicialmente ocorre o ingresso de água no interior das microfissuras do concreto. Na sequência, bactérias selam as fissuras através da produção de calcário, garantindo a proteção as armaduras em seu interior. Quanto a viabilidade de aplicação de ambos, o autogênico apresenta gastos e agressão ao meio pelo elevado consumo de cimento; e disponibilidade das adições pozolânicas. Já o autônomo mostra desvantagem residente no encapsulamento; possui disponibilidade de produto; e emprego das bactérias. A verificação da eficácia da cicatrização pode ocorrer por tipos diferentes de testes, sendo eles: Diagnóstico por imagem; Testes de estanqueidade; Testes mecânico. Concretos autocicatrizantes foram utilizados recentemente na laje de subpressão do Museu da Imagem e do Som (M.I.S.), em Copacabana, e também na Cobertura Fluida do Museu de Arte do Rio (M.A.R.), no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nos traços dos concretos, conta-se com reduzida a/c, consumo de cimento de pelo menos 391kg/m³, sílica ativa e aditivo cristalizante.
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