CONDUTA DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DOS CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO

Resumo

A violência contra a mulher se caracteriza por um fenômeno multicausal e de grande abrangência em todo contexto social. Trata-se de um problema de saúde pública, que se manifesta de inúmeras formas e em diversas circunstâncias na qual a mulher pode estar inserida. O presente estudo refere-se a uma pesquisa aplicada com abordagem qualitativa, exploratória, de levantamento e de campo, tendo como objetivo analisar a forma que os profissionais enfermeiros realizam o acolhimento de mulheres em situação de violência, bem como a conduta dos mesmos em relação ao processo de notificação compulsória dos casos. Tendo como público alvo enfermeiros atuantes em unidades de pronto atendimento, a coleta de dados se deu por meio de um questionário online composto por perguntas abertas e fechadas via plataforma eletrônica Google Forms, sendo o questionário inserido em aplicativos de redes sociais como o Facebook. Optou-se por analisar os gráficos definidos pelo aplicativo, os quais apresentavam dados que obtivessem informações das variáveis do estudo acima de 40% do preenchimento. Apenas 23,8% dos participantes já preencheram uma ficha de notificação compulsória, estes relataram que a maior dificuldade encontrada durante o processo de notificação é a abordagem à vítima. Existe uma facilidade em encontrar a ficha de notificação pela maioria dos entrevistados, porém, houve divergência, se o processo é sempre realizado ou não em todos os casos de violência contra a mulher. Os profissionais desconhecem da existência de protocolos de atendimento nas instituições em que trabalham e disseram não ter qualquer tipo de treinamento para atuarem nesses casos. Diante da realidade encontrada nesta pesquisa, ficou evidente a necessidade de maior qualificação dos recursos humanos em saúde e suporte aos profissionais frente ao acolhimento das mulheres vitimadas e ao reconhecimento dos sinais de violência. Os desafios encontrados são muitos e a realização da notificação compulsória é fundamental para o reconhecimento do perfil da violência, da vítima e também do agressor para futuras intervenções e prevenções.