ESTUDO COMPARATIVO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM PROTOCOLOS DE INFUSÃO CONTÍNUA DE FENTANIL OU MORFINA, ASSOCIADOS À LIDOCAÍNA E CETAMINA, DURANTE TRANSOPERATÓRIO EM CÃES

THAYSE MUNIQUE VAZ, PAULO ROBERTO COSTA DE ALMEIDA, JULIANA SOUZA MAESTRI

Resumo


O objetivo desse trabalho foi comparar a atuação de dois protocolos anestésicos, Fentanil-Lidocaina-Ketamina (FLK) e Morfina-Lidocaina-Ketamina (MLK), na modulação do balanço simpático-vagal, e consequentemente no controle da dor, durante procedimentos de ovariohisterectomia (OSH), avaliando os efeitos de cada protocolo através da variação da frequência cardíaca (VFC), em três momentos. Para a realização da pesquisa foram utilizadas 20 caninas adultas, as quais foram submetidas ao procedimento de ovariohisterectomia (OSH), realizadas no Cesvet - Hospital Veterinário. Os animais foram divididos em dois grupos com 10 animais cada, denominados grupo G1 (FLK/Fentanil-Lidocaina-Ketamina) e grupo G2 (MLK/Morfina-Lidocaina-Ketamina). Desse modo, foi avaliado a analgesia no transoperatório, em cães submetidos à MPA com cetamina (5 mg/Kg), midazolam (0,5 mg/Kg) e maleato de acepromazina (0,025 mg/Kg). A indução anestésica foi realizada com 4 mg/Kg de propofol. Como protocolo de manutenção anestésica foi instituído infusão contínua de 0,175 mg de fentanil (G1) ou 10 mg de morfina (G2), ambos associados à 150 mg de lidocaína e 15 mg de cetamina, em 500 mL de solução de NaCl 0,9%. Ao analisar os dados observou que em RRm houve redução nos momentos de SDNN (desvio padrão), no grupo G1 e G2, o que caracteriza um aumento da atividade simpática. Ao comparar os grupos G1 e G2 houve diferença estatisticamente significante, P 0,0013 (p<0,05). O protocolo anestésico utilizado no grupo G1, Fentanil-Lidocaina-Ketamina (FLK), apresentou, mesmo que mínima, melhor resultado a adaptação fisiológica.


Texto completo:

PDF

Referências


BELMONTE, E. A. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. 2008. 96 p. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2008.

BELMONTE, E. A. et al. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 65, n. 4, p. 1075-1083, agosto, 2013.

BORGES, A. L. Medicamentos e Variabilidade Cardíaca. Dissertação (Mestrado). Universidade de Coimbra. 2012.

CATTAI, Andrea et al. Haemodynamic changes during propofol induction in dogs: new findings and approach of monitoring. BMC veterinary research, v. 14, n. 1, p. 282, 2018.

CARARETO, R. et al. Variabilidade da frequência cardíaca em cães anestesiados com infusão contínua de propofol e sufentanil. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 59, n. 2, p. 329-332, 2007.

CASSU, R. N. et al. Lidocaína com vasoconstrictor isolada e associada ao fentanil via peridural em cães. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 40, n. 3, p. 580-586, Mar., 2010.

CABALA, R. W., da Silva, et al. (2016). Avaliação cardiorrespiratória, qualidade de indução e intubação orotraqueal com o uso de coadjuvantes na indução anestésica com propofol em cães. Brazilian Journal of Veterinary Medicine, 38(1), 39-44.

COSTA, P. F. et al. Parâmetros ventilométricos e hemogasométricos em cadelas submetidas à ovário-histerectomia, pré-medicadas com tramadol ou morfina e anestesiadas com isofluorano. Revista Brasileira Cientifica Veterinária, v. 21, n. 3, p. 167-172, jul./set., 2014.

FANTONI, D. T. et al. Utilização de alfentanil, sufentanil e fentanil em cães anestesiados com halotano. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 29, n. 4, p. 681-688, dez., 1999.

FANTONI, D. T; CORTOPASSI, S.R.G. Anestesia em cães e gatos. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2009. p. 610-620.

FREITAS, G. C. et al. Analgesia trans e pós-operatória da morfina ou fentanil por via epidural em cães submetidos à biópsia atlanto-axial. Ars Veterinária, Jaboticabal – SP, v. 24, n. 2, p. 103-109, 2008.

GAYNOR, J. S; MUIR, W. W. Manual de controle da dor em medicina veterinária. São Paulo, Editora MedVet, 2009.

GORCZAK, R. Infusão contínua de dipirona em cadelas: Efeitos cardiorrespiratórios e analgésicos. p. 68. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pampa, Mestrado em Ciência Animal, 2017.

ISSY, A. M et al. Efeito analgésico residual do fentanil em pacientes submetidos a revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 52, n. 5, p. 562-569, setembro. 2002.

KLAUMANN, P. R; WOUK, A. F. P. F; SILLAS, T. Patofisiologia da dor. Archives of Veterinary Science, v. 13, n. 1, p. 1-12, 2008.

KLEIN, Bradley G. Cunningham tratado de fisiologia veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014

KRAYCHETE, D. C; SIQUEIRA, J. T. T; GARCIA, J. B. S. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte II. Uso em crianças e idosos. Rev. dor, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 65-69, Mar. 2014.

LUFT, A; MENDES, F. F. S. Cetamina em baixas doses: atualização. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 55, n. 4, p. 460-469, agosto. 2005.

LUNA, S. P. L. Dor, senciência e bem-estar em animais. Ciência Veterinária Tróp., Recife – PE, v. 11, suplemento 1, p. 17-21, abril, 2008.

MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária: farmacologia e técnicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, p. 326.

MORTON, T. G. O inventor da anestesia. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 45, n. 4, agosto, 2009.

NELSON, R. W; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 5. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. p. 17.

NOGUEIRA, A. C. Study of changes da variable cardiac and troponina in patient séptico. Dissertação (Doutorado). Universidade de São Paulo, 2006.

NUNES, R. R; CAVALCANTE, S. L; FRANCO, S. B. Efeitos da sedação produzida pela associação midazolam e cetamina S (+) sobre as variáveis eletroencefalográficas. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 61, n. 3, p. 307-310. 2011.

OLIVEIRA, C. M. B. et al. Cetamina e analgesia preemptiva. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 54, n. 5, p. 739-752, out., 2004.

OLIVEIRA, J. E. A. et al. Mecanismos fisiopatológicos da nocicepção e bases da analgesia perioperatória em pequenos animais. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 8, n. 1, p. 56-68, 2017.

PATTANAPON, Nakrob. et al. Os efeitos da escolha de drogas anestésicas na variabilidade da frequência cardíaca em cães. Revista de Veterinária Avançada e Pesquisa Animal, v. 5, n. 4, p. 485-489, 2018.

PELLEGRINO, A. et al. Padronização de parâmetros eletrocardiográficos de cães da raça Golden Retriever clinicamente sadios. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 30, n. 12, p. 1083-1088, 2010.

RODRIGUES, N. M. et al. Classificação anestésica do estado físico e mortalidade anestésico-cirúrgica em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 70, n. 3, p. 704-712, jun. 2018.

SAMPAIO, J. L. S. et al. Variabilidade da frequência cardíaca em pacientes com dor lombar: uma revisão sistemática. ConScientiae Saúde, v. 17, n. 2, p.111-121, jun. 2018.

SILVA, Y. P. et al. Sedação e analgesia em neonatologia. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v. 57, n. 5, p. 575-587, out. 2007.

SILVA, J. A. et al. A dor como um problema psicofísico. Revista Dor, v. 12, n. 2, p. 138-151, 2011.

VASCONCELOS, S. M. M. et al. Cetamina: aspectos gerais e relação com a esquizofrenia. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 32, n. 1, p. 10-16, 2005.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2020 Revista Scientia Rural - ISSN 2178-3608